segunda-feira, 29 de março de 2010

Primeira Revolução Industrial

No final do século XVII, com o desenvolvimento do capitalismo comercial e das práticas mercantilistas, a burguesia afirma-se como a classe economicamente dominante em quase todos os países da Europa Ocidental. A ascensão econômica da burguesia deveu-se, em grande parte, à acumulação de riquezas proveniente dos empreendimentos marítimos e dos monopólios comerciais concedidos pelos monarcas, no processo de formação do Estado Absolutista.

O grande afluxo de metais preciosos e o crescimento da população européia dilataram sobremaneira o mercado consumidor. O desequilíbrio entre as necessidades de consumo e a produção provocou a decadência do sistema artesanal independente e o surgimento da produção manufatureira doméstica.

A fundação de impérios coloniais da Época Moderna inundou a Europa com novas matérias-primas, utilizadas amplamente na produção de manufaturas. As práticas mercantilistas estimulavam a produção para exportação, com a finalidade de garantir uma balança comercial favorável. Ao mesmo tempo, os produtos que até então eram considerados artigos de luxo tornaram-se de consumo mais popular.

As transformações ocorridas na passagem do século XVII para o século XVIII, caracterizadas pela mudança da sociedade rural para a sociedade urbana, no trabalho artesanal e manufatureiro para o trabalho assalariado na organização fabril, envolvendo um rápido progresso tecnológico, culminaram com a Revolução Industrial.

Conceitos e Etapas

O conceito de Revolução Industrial é bastante amplo. Designa um conjunto de transformação ocorridas na Inglaterra, praticamente. Nesse período, surgiram as primeiras máquinas movidas a vapor. A partir de 1830 até 1900, a revolução difundiu-se pela Europa e América: Bélgica, França, Alemanha, Itália e Estados Unidos. Surgiram novas formas de energia, como a hidroelétrica, e novos combustíveis como a gasolina. A técnica foi aprimorada e cresceu a produção.

De 1900 em diante, várias inovações surgiram como a energia atômica, meios de comunicação mais rápidos, produção industrial em massa e desenvolvimento da informática e da engenharia genética.

Do Artesanato e Maquinofatura

A indústria pode ser considerada simplesmente como a transformação das matérias primas para serem consumidas pelo homem. Antes de as transformações serem efetuadas pelas máquinas, o que chamamos maquinofatura, existia o artesanato e a manufatura.

O artesanato é uma forma de produção industrial muito simples. Não há divisão do trabalho isto é, todas as fases da produção são feitas pela mesma pessoa. Por exemplo, na indústria de tecidos, a mesma pessoa fazia fios e tecia.

A manufatura representou um estágio mais avançado. Constituía uma concentração de numerosos trabalhadores sob a direção de um chefe, num mesmo local, com objetivo de completar a fase derradeira de preparação de um produto, como por exemplo, o tingimento do tecido. Aqui já existe uma especialização do trabalho. Cada trabalhador era encarregado de uma tarefa específica, o que aumentava a capacidade produtiva.

A passagem da indústria doméstica para a manufatura é marcada pela transformação do artesão em trabalhador assalariado. Isso ocorre quando os artesãos deixam de comprar a matéria prima e possuir suas máquinas próprias, passando a recebê-las de um grande comerciante. O produto era produzido a preço fixo, contratado entre o comerciante e o artesão, que, nesse caso, recebia apenas um pagamento pelo trabalho e transformação da matéria prima recebida.

A diferença entre a manufatura e maquinofatura, que caracteriza a Revolução Industrial, é exatamente o uso das máquinas em substituição às ferramentas utilizadas pelos homens, afastando de uma forma definitiva os trabalhadores dos meios produtivos, ou seja, a definitiva separação entre o capital e o trabalho.

A industrialização surge na Inglaterra

Desde a segunda metade do século XVI, a Inglaterra da rainha Elizabeth já começava a despontar como uma forte candidata à hegemonia européia. A pirataria e a derrota da invencível Armada da Espanha pareciam confirmar esse favoritismo, porém foi com os Atos de Navegação decretados por Oliver Cromwell e a fragorosa derrota da marinha holandesa, na segunda metade do século XVII, que a Inglaterra assumiu definitivamente a liderança européia.

No início do século XVII, os ingleses expandiram o comércio em escala mundial, favorecidos por acordos comerciais, como o Tratado de Methuen (“Panos e Vinhos”), em 1703, que assegurou ao reino britânico grande parte do ouro brasileiro. O ouro do Brasil foi para Inglaterra via Portugal.

Esse assustador desenvolvimento econômico permitiu que a burguesia inglesa rompesse precocemente as amarras do Absolutismo e as restrições impostas pela polícia mercantilista, ascendendo ao poder com a Revolução Gloriosa, que implantou definitivamente na ilha do liberalismo político econômico.

A natureza foi extremamente generosa com os ingleses no processo de industrialização, pois lhes deu enormes jazidas de ferro e carvão, matérias primas indispensáveis para construção e funcionamento das máquinas nas grandes indústrias. A posição insular permitiu-lhes também se manterem à margem das convulsões que assolaram a Europa nos séculos XVII e XVIII e que acabaram prejudicando as economias européias . Convém ressaltar ainda, que o clima bastante úmido era um forte aliado da indústria têxtil, uma vez que dava maior flexibilidade às suas fibras, que podiam resistir aos primitivos teares mecânicos.

O interesse da burguesia capitalista e a abundância de capital permitiram a fundação do Banco da Inglaterra, em 1694, que facilitava os empréstimos para os industriais, pois a taxa de juros cobrada era relativamente baixa. Dessa forma, tornava-se possível o investimento na construção de máquinas que exigiam muito tempo para recompensar os gastos.

A substituição das antigas técnicas feudais provocou o desaparecimento da agricultura comunal e do sistema de campo aberto, o que permitiu maior aproveitando do cultivo do solo e o aumento da produtividade.

Essa Revolução Agrícola possibilitou a melhoria nas condições de vida, permitindo um grande crescimento populacional. A burguesia vitoriosa conta a realeza, empreendeu os cercamentos das terras, provocando o desaparecimento dos yeomen, que abandonaram os campos, configurando um forte êxodo rural, e concentraram-se nas cidades à disposição das manufaturas urbanas, constituindo a mão-de-obra barata e abundante utilizada nos primórdios da Revolução Industrial.

No plano mental, o puritanismo e calvinismo inglês fizeram progressos nos anos precedentes. Essas crenças estimulam a acumulação, a poupança e o enriquecimento, apontados como sinais de salvação.

A indústria têxtil do algodão e as invenções



O desenvolvimento industrial da Inglaterra está ligado à indústria de lã. O poder político procurou protegê-lo, a regulando o comércio e a indústria. Por isso, a legislação que pesava sobre essa indústria era enorme. A produção do tecido de lã exigia várias etapas especializadas. Começava pela escolha, limpeza e tingimento. Em seguida, vinha o processo de pentear, fiar, tecer e dar os retoques finais no tecido pronto.

O comércio inglês no Oriente colocou os comerciantes em contato com o algodão e com o tecido de algodão. Essa indústria superou rapidamente a produção lanífera, devido à abundância de matéria-prima, tanto no Oriente quanto nos Estados Unidos, então colônia da Inglaterra, bem como pela inexistência de legislação que impedisse a expansão dessa indústria, como aconteceu com a fabricação de tecidos de lã. É, portanto, na maquinofatura do algodão que serão concentrados os esforços dos empresários industriais.

As invenções que tornaram possível a maquinofatura não foram obras do acaso. Um novo invento condicionava o aumento da produção, gerando capitais que poderiam ser aplicados em outras experiências, que resultaram em novas invenções, e assim por diante.

Devemos considerar ainda um desequilíbrio no processo produtivo, resultando da criação de novas máquinas. Quando uma invenção acelerava uma fase do processo produtivo, provocava-se um desequilíbrio em relação ás fases posteriores, que não conseguiram acompanhar o ritmo. Desse modo, eram necessárias modificações nas demais fases de produção.

Há, portando, uma espécie de ciclo: invenção, aumento da produção, criação de capitais, desequilíbrios nas fases produtivas, investimento em novas invenções, progresso tecnológico, aumento da produção etc.

O processo de mecanização da indústria têxtil demonstrou muito bem essa dinâmica. O surgimento da lançadeira volante, por John Kay, em 1733, aumentou a capacidade de tecelagem. James Hargreaves criou o spinning jenny, em 1764, aumentando a produção de fios. Essa máquina era uma roca de fiar que fazia vários fios ao mesmo tempo, com o problema de se tornarem quebradiços, o que dificultava a tecelagem. A water frame, de Richard Arkwright, em 1769, produzia fios grossos e, pelo fato de ser movida a água, era bastante econômica.

A spinning jenny e a water frame foram combinadas em uma única máquina por Samuel Crompton, em 1779, surgindo a mule. O problema foi resolvido: fabricava fios finos e resistentes. Porém, novo desequilíbrio foi gerado, pois sobravam fios que as tecedoras não conseguiam fiar.

Então houve tentativas de aumentar a capacidade de tecer. Em 1785, Edmund Cartwright inventou o tear mecânico. O mais importante invento nessa fase da industrialização surgiu no ano de 1768, quando James Watt inventou a máquina a vapor a partir das experiências desenvolvidas anteriormente por Newcomen.

Cronologia:

1694 – Fundação do Banco da Inglaterra

1733 – Invenção da lançadeira volante, por John Kay.

1760/1850 – Primeira Revolução Industrial.

1764 – Invenção da spinning jenny, por James Hargreaves.

1768 – James Watt inventa a máquina a vapor.

1769 – Invenção da water frame, por Richard Arkwright.

1779 – Invenção da mule, por Samuel Crompton.

1785 – Edmund Cartwright inventa o tear mecânico.









ALUNOS:

Adrielle Talita Afonso Carvalho - Administração 1º Periodo - Noturno
Arilene Lúcia de Paula - Ciências Contábeis 1º Periodo - Noturno
Murilo Alberto Gonçalves de Oliveira - Ciências Contábeis 1º Periodo - Noturno
Pávylla Soares Avelar - Administração 1º Periodo - Noturno
Valéria Lúcia de Paula - Administração 1º Periodo - Noturno
Resumo da primeira Revolução Industrial, grupo!

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